A TERRA, para o yorubá, é o elemento de onde todos
viemos, e para onde todos voltaremos. Sendo assim, a terra é a morada dos nossos
antepassados. Pela mesma razão todo o culto aos antepassados é realizado na
terra, naquilo que chamamos de "buraco" (igbalé).
IKÚ (divindade encarregada de trazer a morte às pessoas) é considerado um agente primordial, pois torna possível o ciclo: nascimento - vida - morte - renascimento (ìbí - ìyè - ìkú - àtúnwá). Quando Iku devolve à terra o que lhe pertence, tornam-se possíveis os renascimentos. Assim considerada, a morte é um instrumento indispensável de restituição. Restituir é renovar o axé!
A terra, associada ao que é seco e quente, precisa ser umedecida continuamente para manter-se apaziguada e fecunda. Em nossos ritos, esse apaziguamento e fecundação da terra estão representados em todos os momentos em que colocamos água no solo, seja água de uma quartinha, sejam os ekós nos nossos rituais de sacralização.
As FOLHAS, que nascem das árvores e plantas, são emanação direta do AXÉ que vem da terra e dos ancestrais que nela habitam. Assim sendo, são elementos indispensáveis às nossas práticas litúrgicas, nada podendo ser feito sem elas.
(Sem folhas, sem Orixá!)
O axé não se gera sozinho, precisa ser transmitido.
E só aquele que possui axé pode transmitir axé. Sendo assim,
"SEM RAIZ, SEM ANCESTRALIDADE,
NÃO HÁ
AXÉ!"
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