quinta-feira, 16 de julho de 2020

Por que chamamos nossa ancestralidade de raiz?


A TERRA, para o yorubá, é o elemento de onde todos viemos, e para onde todos voltaremos. Sendo assim, a terra é a morada dos nossos antepassados. Pela mesma razão todo o culto aos antepassados é realizado na terra, naquilo que chamamos de "buraco" (igbalé).

IKÚ (divindade encarregada de trazer a morte às pessoas) é considerado um agente primordial, pois torna possível o ciclo: nascimento - vida - morte - renascimento (ìbí - ìyè - ìkú - àtúnwá). Quando Iku devolve à terra o que lhe pertence, tornam-se possíveis os renascimentos. Assim considerada, a morte é um instrumento indispensável de restituição. Restituir é renovar o axé!

 A terra é chamada de igba-nla, a grande cabaça, pois recebe os corpos que lhe restituem o axé e tornam possíveis os novos nascimentos. A restituição através da morte e o renascimento estabelecem e preservam as relações entre o òrun, mundo espiritual, e àiyé, mundo material. Por esse motivo, para os yorubás são os ancestrais que garantem a continuidade da vida no àiyé e todo renascimento está associado aos ancestrais.

 

A terra, associada ao que é seco e quente, precisa ser umedecida continuamente para manter-se apaziguada e fecunda. Em nossos ritos, esse apaziguamento e fecundação da terra estão representados em todos os momentos em que colocamos água no solo, seja água de uma quartinha, sejam os ekós nos nossos rituais de sacralização.

 Também restituímos a terra em todos os momentos em que colocamos nela nossas oferendas (e aqui ressalto a importância das oferendas serem colocadas diretamente ao solo, sem bandejas, plásticos ou qualquer tipo de embalagem artificial, pois além de ser “lixo”, a terra não recebe a restituição).

 As árvores representam a ligação entre o àiyé e o òrun, pois as suas raízes adentram o solo, a morada dos antepassados, enquanto seu tronco, seus galhos e folhas crescem em direção ao espaço. Árvores são os mais antigos emblemas míticos e são consideradas como moradas de Orixás e entidades. 

As FOLHAS, que nascem das árvores e plantas, são emanação direta do AXÉ que vem da terra e dos ancestrais que nela habitam. Assim sendo, são elementos indispensáveis às nossas práticas litúrgicas, nada podendo ser feito sem elas.

 KOSI EWE, KOSI ÒRÌŞÀ!

(Sem folhas, sem Orixá!)

O axé não se gera sozinho, precisa ser transmitido. E só aquele que possui axé pode transmitir axé. Sendo assim,

"SEM RAIZ, SEM ANCESTRALIDADE, 

NÃO HÁ AXÉ!"



terça-feira, 14 de julho de 2020

A CRIAÇÃO DO MUNDO - ODÙDUWÀ¹


Em um tempo imemorial, nada mais existia além do Òrun². No momento anterior à criação, tudo o que existia era uma massa de ar infinita, que era o próprio Olórun³, e as divindades primordiais, os Orixás Funfun, Orixás do Branco, divindades da mais alta hierarquia.

No Òrun tudo era harmonioso e agradável, não existiam o calor, o frio, a fome, a sede, nem qualquer tipo de desconforto ou necessidade que não fosse suprida.

Olórun, em um momento de inspiração, resolveu que além do Òrun, deveria existir um novo mundo que seria habitado por outros seres além deles. Para essa tarefa, convocou Oxalá, seu filho mais velho, e o encarregou da missão de criação desse novo mundo, o qual seria chamado de Àiyé, um mundo material. Olórun determinou que todos os Orixás teriam suas funções no mundo material, todas elas importantes, porém deveriam agir sob as ordens de Oxalá. O Deus Supremo entregou ao Grande Orixá o saco da existência (àpò-iwà), orientando-o a procurar Orunmilá (Òrúnmìlà – o Senhor da Sabedoria e do Destino) para obter as orientações que lhe possibilitariam cumprir a sua missão com êxito.

Oxalá, seguindo o conselho do pai, foi até Orunmilá. Orunmilá consultou Ifá e disse a Oxalá que ele teria dificuldades no caminho e que seria testado Olórun. Recomendou que, antes de partir, Oxalá fizesse uma oferenda a Exu, contendo uma corrente de dois mil elos, cinco galinhas d’angola, cinco pombos e um camaleão. Além disso, deveria oferendar 200 caracóis igbin aos pés de Olórun. Ainda, alertou Oxalá para não ingerir qualquer bebida alcoólica durante o seu trajeto até o local onde deveria criar esse novo mundo.  

Porém Oxalá, movido por sua vaidade e prepotência, disse a Orunmilá que não faria qualquer oferenda a Exu, pois ele era mais importante e mais poderoso que o Senhor dos Caminhos, e saiu da casa de Orunmilá sem dar atenção às orientações do velho sábio. Oxalá esqueceu que Orunmilá jamais se engana. Na sua arrogância, negligenciou as prescrições apontadas na consulta a Ifá e partiu para criar o mundo, seguido pelos demais Orixás Funfun, sem cumprir com as suas oferendas.

O caminho que separava o Òrun do local destinado para a criação do novo mundo era longo, coberto de areia, e sem nenhuma forma de vida. Caminhando arduamente debaixo do forte sol, em pouco tempo a água que tinham levado para cumprir a travessia se esgotou e os Orixás experimentavam pela primeira vez as sensações de sede e calor. Seus pés queimavam na areia e suas roupas brancas ficaram encharcadas de suor.

Irado com a negligência e desdém de Oxalá, Exu aguardava a hora certa para vingar-se. Quando a sede e o calor se tornaram insuportáveis, Exu se transportou para um ponto à frente de onde estava Oxalá e os demais Orixás que o seguiam. Lá, retirou um pó de uma de suas cabaças e, recitando um encantamento, soprou o pó em direção ao solo. Ali surgiu uma enorme palmeira de dendê (igi òpe).

Oxalá ao avistar a palmeira, estando sedento, dirigiu-se imediatamente até ela, acreditando que, em um local onde poderia crescer uma árvore, ele poderia encontrar água para acabar com a sua sede e dos demais Orixás que o acompanhavam. Chegando lá constatou que não existia nada além daquela árvore nos arredores. Como a sede já era insuportável, Oxalá fincou seu cajado (òpá sóró) no tronco da palmeira, colheu em uma cabaça a sua seiva, o chamado vinho de palma (emu), e a bebeu até estar saciado. Tendo em vista que a bebida possui alto teor alcoólico, Oxalá ficou embriagado e acabou adormecendo.


Os demais Orixás que acompanhavam Oxalá, não conseguindo acordá-lo, retornaram ao Òrun sem ele, lamentando pelo fracasso da missão. Após os demais Orixás abandonarem Oxalá, Exú foi até ele e pegou o saco da criação, levando-o de volta às mãos de Olórun.

Olórun então chamou Odudua, entregou-lhe o saco da existência e pediu que este fosse cumprir a missão antes designada a Oxalá. Odudua agradeceu ao pai pela confiança e disse que faria tudo o que fosse necessário para cumprir as ordens de Olórun.

 Odudua foi imediatamente aconselhar-se com Orunmilá, que consultou Ifá e orientou-o a fazer o mesmo o mesmo ebó (oferenda) antes prescrito a Oxalá. Odudua cumpriu com as prescrições e ofereceu a Exu a cadeia de dois mil elos, as cinco galinhas d’angola, os cinco pombos e o camaleão.

Exu recebeu sua oferenda e, como retribuição, retirou um elo da corrente e o pôs no braço, devolvendo à Odudua o restante da corrente, uma galinha, um pombo e o camaleão, e avisou que esses itens seriam importantes na criação do mundo. Então Odudua foi ao palácio de Olórun e ofertou-lhe 200 igbins, que aceitou sua oferenda e devolveu ao filho um deles.

Retornando à companhia dos demais Orixás primordiais, Odudua solicitou que Ogum fosse à frente da comitiva, pois Ogum já conhecia os caminhos e saberia qual seria o trajeto mais rápido e menos árduo para chegar ao local determinado por Olórun para a criação do Àiyé. Atrás de Ogum, partiu para a sua missão, seguido pelos demais Orixás. Após a longa viagem, chegaram ao òpa-òrun, o pilar que une o Òrun (mundo espiritual) ao Àiyé (mundo material). Nesse local o deserto de areia terminava e só havia um vazio absoluto.

Odudua então soltou o pombo branco que, ao voar, gerou luz e iluminou o que antes era apenas escuridão.

Depois disso Odudua soltou o igbin, e dele começou a jorrar água, que foi se acumulando e deu origem a um imenso oceano.

Odudua então retirou terra de uma cabaça que levava dentro do saco da existência e a lançou ao oceano. Após soltou a galinha d’angola, que imediatamente começou a ciscar, espalhando a terra em todas as direções.

  Odudua então se pendurou na cadeia de dois mil elos e desceu em direção ao desconhecido. Soltou o camaleão e pediu a ele que caminhasse pela terra, averiguando se estava segura e firme. Após a confirmação do camaleão de que havia segurança para descer, Odudua pisou no mundo, sendo seguido pelos demais Orixás que o acompanhavam.

Odudua fundou desta forma a cidade de Ilê Ifé, o berço da civilização iorubá, o umbigo do universo, que se espalhou para o resto do mundo. Só depois disso Oxalá despertou, foi até Olórun e este disse-lhe que a sua missão havia sido cumprida com êxito por Odudua, porém Oxalá teria o importante papel de criar os seres que povoariam esse novo mundo.

Toda esta epopeia durou apenas quatro dias. Para representar essa criação, os iorubás utilizam o IGBÁ-ODÙ (ou igbádù): uma cabaça cortada horizontalmente em duas metades, sendo a parte superior pertencente a Oxalá e representando o Òrun, o mundo espiritual; e a parte debaixo pertencente a Odudua e representando o Àiyé, o mundo material. Essas duas metades devem manter-se sempre unidas, trazendo em seu interior quatro pequenos recipientes de casca da noz do coco cortado ao meio, contendo, cada um deles, um elemento que simboliza os três sangues do axé: o sangue branco, o sangue vermelho e o sangue preto, e ainda lama, a matéria-prima da criação do homem. Separar as duas metades do igbádù, a cabaça da existência, significaria a própria destruição do mundo.


NOTAS:

Nota 1:  Há mais de uma versão cosmogônica, algumas reportando Odudua como criador da terra, e em outras a terra é criada Oxalá. Aqui será apresentado um resumo de algumas versões que retratam Odudua como o criador.

Nota 2: Òrun é considerado o mundo espiritual, espaço habitado por Olórun, pelos Orixás e entidades espirituais de diferentes categorias.

Nota 3: Olórun ou Olódùnmarè é o grande Deus da criação, é o Deus Supremo, que age acima dos demais Orixás. Por esta razão, as religiões de matriz africana são monoteístas, pois se acredita em um único Deus Supremo.

Nota 4: Odùduwà é considerado o progenitor da sua raça, fundador da cidade de Ilê Ifé. Em algumas teses é considerado o princípio feminino da criação, contrapondo Oxalá, o princípio masculino.


Obras consultadas:

JAGUN, Márcio de. Orí: a cabeça como divindade. Rio de Janeiro: Litteris, 2015.

OXALÁ, Adilson de. Igbadu, a cabaça da existência: mitos nagôs revelados. Rio de Janeiro: Pallas, 2010.


REFLEXÕES:

- Diante de circunstâncias importantes, é sábio consultar Ifá buscando os aconselhamentos necessários que possibilitem o nosso sucesso.

- Muitas vezes consultamos o oráculo e não entendemos de pronto as prescrições e advertências recomendadas. Apenas Orunmilá conhece o destino, e ele não se equivoca. O que não faz sentido no dia de hoje, fará sentido amanhã. Todavia, se seguirmos as recomendações teremos um tipo de resultado e se as negligenciarmos poderemos ver os efeitos negativos dessa negligência. Eram as oferendas prescritas por Orunmilá que dariam a Oxalá as ferramentas necessárias para realizar a tarefa com sucesso.

- Agradar Exu (Òrìsà Èsù) é sempre imprescindível para nós que cultuamos Orixá.

- Odudua teve a humildade de pedir ajuda a Ogum, Orixá que já tinha conhecimento do caminho que deveria ser percorrido, o que permitiu que a sua caminhada fosse menos árdua. Isso nos ensina que ir em busca da sabedoria daqueles que já a possuem pode facilitar a nossa jornada. Também nos mostra que muitas vezes os mais novos possuem algum conhecimento que nos falta, por esse motivo é importante ter humildade para aprender com todos.

- Oxalá sedento tomou o vinho de palma, que era o líquido que tinha à disposição naquele momento. Muitas vezes o caminho mais fácil não é a melhor solução, e quando estamos em situação desesperadora, podemos tender a tomar decisões que terão um alto custo depois. Mesmo diante das dificuldades devemos buscar a prudência e sabedoria para agir com assertividade.

- Onde só vemos trevas, é possível criar a luz. Precisamos buscar as ferramentas certas para isso.

- Odudua pediu ao camaleão que checasse a firmeza da terra para poder saltar. Antes de dar um passo importante na vida, é prudente checar se é um bom caminho, se há segurança para essa decisão.

- O mundo espiritual e material são indivisíveis, e o equilíbrio da existência consiste na união e harmonia entre eles. Nós somos seres materiais e espiritais, e para vivermos a nossa existência em plenitude, devemos buscar esse equilíbrio físico e espiritual em nosso dia a dia.


Você consegue tirar outras lições desse itan? 

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terça-feira, 7 de julho de 2020

PROVÉRBIOS AFRICANOS

Sendo uma das formas mais significativas de transmissão de conhecimento oral para para o povo africano, os PROVÉRBIOS são dotados de SABEDORIA. Por esse motivo, não basta apenas ler e conhecer os provérbios, mas especialmente pensar no seu significado, no seu ensinamento intrínseco. 

"Só se levanta para ensinar quem sentou para aprender!"


 

Alguns provérbios dos povos do Congo, Costa da Mina, Takrur, Senegânbia, Etiópia e Zambézia

 
  1. Não saber é ruim; não querer saber é pior!
  2. O saber é melhor que a riqueza.
  3. O saber é uma horta: quem não cultiva, não colhe.
  4. Os provérbios são filhos da experiência.
  5. Um homem sábio, que conhece provérbios, supera todas as dificuldades.
  6. Só depois de atravessar o rio é que se pode rir do crocodilo.
  7. Quem está se escondendo não acende fogo.
  8. A fome tanto dá no escravo quanto no rei.
  9. A lua se move lentamente, mas atravessa a cidade.
  10. O ódio é uma doença sem remédio.
  11. O rio de águas tranquilas, esse é que é mais perigoso.
  12. O que é má sorte para um é boa sorte para outro.
  13. Quem não pode dançar, diz que a música é ruim.
  14. Quem vive dando banquete não vai nunca ficar rico.
  15. O dinheiro é traiçoeiro feito espada de dois gumes.
  16. O fogo e a pólvora não dormem na mesma esteira.
  17. Não se vê se um rio é fundo botando nele os dois pés.
  18. Dois antílopes pequenos podem bater num maior.
  19. O filho do caranguejo nunca vai ser passarinho.
  20. Quem não pesca peixe, come pão duro.
  21. Amizade pra ficar é a que recebe e dá.
  22. Se não tem dois, não tem briga.
  23. Quem fala sem parar, fala besteiras.
  24. Um pequeno bolor estraga toda a massa.
  25. Chuva fina, mas constante, faz o rio transbordar.
  26. O dendezeiro já está grande; mas quem sabe se vai dar bons frutos?
  27. Ver é muito melhor que ouvir.
  28. O mal sabe onde o mal de esconde.
  29. Atrás de todo homem rico há sempre um grande cortejo.
  30. Quem vai nos ombros dos outros não sente a grande distância.
  31. Quem se livra do cupim não está livre da formiga.
  32. A pedra do rio não sabe como a montanha é quente.
  33. Caolho quando vê um cego dá graças a Deus.
  34. As pernas dos outros não te ajudam a viajar.
  35. Boas palavras não enchem barriga.
  36. Quando o rato ri do gato, há um buraco por perto.
  37. Quem põe navalha na boca, acaba cuspindo sangue.
  38. Quem está em maus lençóis, sempre se lembra de Deus.
  39. Antes de curar os outros, cura-te primeiro.
  40. O pastor não maltrata suas ovelhas.
  41. Por mais que um pássaro beba, um elefante bebe mais.
  42. Por mais cheio que esteja o terreiro, a galinha sempre se ajeita.
  43. Peixe grande se pega é com grande isca.
  44. As brigas acabam, mas as ofensas nunca morrem.
  45. Quem desarruma tem que saber arrumar.
  46. Laranjeira nunca vai dar limão.
  47. Comida boa acaba logo.
  48. Cabeça de elefante não é pra criança carregar.
  49. O homem que te transporta, se tem catinga, ignore!
  50. Cachorro que anda é que encontra o osso.
  51. Se você não pisar no rabo de um cachorro, ele não morderá você.
  52. É tentando muitas vezes que o macaco aprende a subir da árvore.
  53. Coração de sábio mente tranquilo como córrego límpido.
  54. O que se diz em cima de um leão morto não se diz a ele vivo.
  55. A criança é a recompensa da vida.
  56. Estar bem vestido não impede ninguém de ser pobre.
  57. Quanto mais cheio o rio, mais ele quer crescer.
  58. Amor é como criança, precisa muito de carinho.
  59. Os dentes estão sorrindo, mas o coração está?
  60. Não se ensinam os caminhos da floresta a um gorila velho.
  61. A morte não emite som de trombeta.
  62. Não importa se a noite é longa, pois o dia sempre vem.
  63. Os ausentes estão sempre errados.
  64. Carne, para que os amigos cheguem! Calúnia, para que fujam.
  65. Montei num elefante, os amigos chegaram; morreu o elefante, os amigos se foram.
  66. O elefante não sente o peso da própria tromba.
  67. A paciência alimenta, a preguiça não sustenta.
  68. A fama do feiticeiro se faz no próprio terreiro.
  69. Quem nunca teve desgosto não pranteia o mal dos outros.
  70. Quem sofre na casa-grande se desforra na senzala.
  71. Mais vale a prudência que o feitiço.
  72. Ter dois olhos é um orgulho, mas ter um só é melhor que não ter nenhum.
  73. Antes a água derramada que a jarra quebrada.
  74. Um camelo não ri da corcova do outro.
  75. Quem fez maldade que espere maldade.
  76. Toda boa obra merece recompensa.
  77. Um amigo burro é pior que um inimigo inteligente.
  78. É melhor ser amado que temido.
  79. Nem toda semente dá fruto.
  80. Quem gosta de dinheiro tem de trabalhar.
  81. Rato sensato não faz trato com gato.
  82. Palma da mão coçou, sorte grande a caminho.
  83. Quem é mordido por cobra tem medo até de minhoca.
  84. Flecha pequena não mata cobra grande.
  85. Atrás da insensatez vem o remorso.
  86. Antes de falar, pensa-se primeiro.
  87. Um dedo sozinho não mata nem piolho.
  88. A experiência é que faz do tolo um sábio.
  89. A palavra é como a pedra: se atirada, não tem volta.
  90. Meia broa é melhor que nenhum pão.
  91. O figo mais bonito pode ter um bicho dentro.

Estraídos do livro "Kitábu: o livro do saber e do espírito negro-africanos" de Nei Lopes.

O que ética e moral têm a ver com culto a Òrìsà?

         Ò s àlá representa a ideia de pureza ética, conforme seu nome primordial o define - O bàtálá - O ba ti àlà, o rei cuja roupa é bra...